sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Indecisão


Ultimamente meus pensamentos andam muito bagunçados, duvidosos (principalmente), digo em relação ao meu futuro, mais precisamente em relação ao vestibular. Sem muito ânimo para estudos, penso em desistir do que eu sempre dizia e (por enquanto) digo que desejava. Antes era tudo muito sonho, parecia que a coisa não era de verdade (claro, se era sonho). Hoje observo que não é tão fácil assim.. é muito mais que isso! Muitas horas em cursinho, muitas horas de estudo em casa, muito conteúdo pra poucas provas, enfim, chego até pensar as vezes que é desumano. E constantemente me pergunto: "será que vale mesmo a pena?" (muitas vezes to achando que não). Mas isso também pode ser momentâneo, ou então pelo fato de as férias terem chegado ao fim e eu ter que sair da casa dos meus pais novamente para um lugar onde não me sinto tão feliz comparado a minha casa, com a minha família e perto dos meus amigos. Não é fácil não.. viver longe de tudo que te deixa completamente feliz?! Antes eu achava que poderia ser o máximo, sair a hora que quer sem dá satisfação pra ninguém, voltar a hora que quer, fazer coisas que você não poderia fazer perto de seus pais.. Mas.. e aí? Que diferença isso faz se você não está feliz por inteiro? Que diferença isso faz se você não tem com quem fazer essas coisas? Que diferença isso faz se você ainda não está realizando um dos seus maiores sonhos? Eu não vejo.. nenhuma! Apesar de toda essa "revolta", as tais pessoas que estão longe (não todas, mas as que pra mim são essenciais) me dão apoio, me dão força, me dão oportunidades.. Elas me fazem continuar, e sou eternamente grata por tê-las em minha vida! E muitas vezes são elas que me fazem parar com os meus pensamentos duvidosos, perigosos e que podem fazer elas, as pessoas essenciais da minha vida, se decepcionarem comigo.. Talvez seja esse mesmo o meu maior medo, de decepcioná-las. Não sei.. só espero que futuramente as minhas indecisões se traduzam somente em decisões. E que estas sejam o restinho que falta para a minha completa felicidade.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Amor



4 meses.

És a pessoa que eu mais me apaixono a cada dia que passa;
És a pessoa que eu moro longe, mas que está em meus pensamentos toda hora;
És o dono do sorriso mais lindo;
És aquele que me faz feliz;
És o melhor namorado do mundo.

Eu te amo.
E você nunca vai imaginar o tanto.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Meu maior anseio

" (...) Felicidade que transborda, parece não querer parar, não quer parar, não vai parar (...)"

Esse trecho de uma música do Biquini Cavadão resume bem o meu senso de humor desde o começo desta semana. Longe de tudo - sim, eu moro só, com minha irmã, mais precisamente - penso todos os dias da minha vida, aqui em uma das cidades mais quentes do Brasil (alô Teresina!), a hora em que vou poder ''voltar'' pra casa.
É sempre angustiante você saber que existem pessoas especiais, que você ama (e vice-versa), e que não podem estar presentes toda hora que você necessitar. Sentimos vontade de voltar, de reencontrar nossa família e os amigos, de chorar e até de desistir, de jogar tudo pro alto e ir em busca de outro objetivo. Acredito que muitos que moram longe passam por experiências como essa (porque eu seria diferente?) e as vezes acho isso tudo muito estranho, desconfortável, desagradável, triste.. mas também não penso só no lado negativo da coisa, como agora. Com apenas dois dias faltando para ir de férias ao meu amável interior Maranhense (que fique bem claro que Imperatriz é a segunda maior cidade do estado. Portanto, não é BEM um interior como muitos pensam.), eu já estou numa felicidade incontrolável. É a família ligando de um lado e os amigos do outro; são os papos de internet e as mensagens (200, apenas por $9,90) que você pode trocar com seus/suas amigos(as) que também se encontram na mesma situação que a sua; são as mil e uma programações já (quase todas) planejadas para a curtição das ''férias'' (é, "férias" porque sou uma vestibulanda nata que não pode parar de estudar, pois o vestibular está BEM AÍ. Mas isso é conversa pra outro dia.). Enfim.. o lado bom da distância começa a aparecer. Não que não tenha, pelo contrário, se não fosse ela quem teria saudades, não é mesmo?
Encontro-me em perfeito estado nostálgico/ansiosa, literalmente, transbordando! Eu espero que o "copo" - com uma leve dose de álcool, talvez? - não demore muito pra derramar essa felicidade que há em todo o meu corpo. E que ela realmente não pare, não pare tão cedo.. aliás, eu desejo que ela não pare nunca.

domingo, 28 de junho de 2009

Oi!

Como não tenho nada de cara assim pra colocar no meu primeiro dia de blogueira (hehe), vou escrever um texto da Lya Luft (escritora e colunista da revista Veja), que acabei de ler na revista que chegou hoje e que foi um dos incentivos para eu ter a ideia de fazer este blog.


TRILHA DE CONTRADIÇÕES
"Viver é subir uma escada rolante pelo lado que desce." Já escrevi sobre essa frase. Sim, repito alguns temas, que são parte do meu repertório, pois todo escritor, todo pintor, tem seus temas recorrentes. No alto dessa escada nos seduzem novidades e nos angustia o excesso de ofertas. Para baixo nos convocam a futilidade, o desalento ou o esquecimento nas drogas. Na dura obrigação de ser "felizes", embora ninguém saiba o que isso significa, nossos enganos nos dirigem com mão firme numa trilha de contradições.
Apregoa-se a liberdade, mas somos escravos de mil deveres. Oferecem-nos múltiplos bens, mas queremos mais. Em toda esquina novas atrações, e continuamos insatisfeitos. Desejamos permanência, e nos empenhamos em destruir. Nós nos consideramos modernos, mas sufocamos debaixo dos preconceitos, pois esta nossa sociedade, que se diz libertária, é um corredor com janelinhas de cela onde aprisionamos corpo e alma.
A gente se imagina moderno, mas veste a camisa de força da ignorância e da alienação, na obrigação do "ter de": ter de ser bonito, rico, famoso, animadíssimo, ter de aparecer - que canseira.
Como ficcionista, meu trabalho é inventar histórias; como colunista, é observar a realidade, ver o que fazemos e como somos. A maior parte de nós nasce e morre sem pensar em nenhuma das questões de que falei acima, ou sem jamais ouvir falar nelas. Questionar dá trabalho, é sem graça, e não adianta nada, pensamos. Tudo parece se resumir em nascer, trabalhar, arcar com dívidas financeiras e emocionais, lutar para se enquadrar em modelos absurdos que nos são impostos. Às vezes, pode-se produzir algo de positivo, como uma lavoura, uma família, uma refeição, um negócio honesto, uma cura, um bem para a comunidade, um gesto amigo.
Mas cadê tempo e disposição, se o tumulto bate à nossa porta, os desastres se acumulam - a crise e as crises, pouca trégua e nehuma misericórdia. Angústias da nossa contraditória cultura: nunca cozinhar foi tão chique, nunca houve tantas delícias, mas comer é proibido, pois engorda ou aumenta o colesterol. Nunca se falou tanto em sexo, mas estamos desinteressados, exaustos demais, com medo de doenças. O jeito seria parar e refletir, reformular algumas coisas, deletar outras - criar novas, também. Mas, nessa corrida, parar para pensar é um luxo, um susto, uma excentricidade, quando devia ser coisa cotidiana como o café e o pão. Para alguns, a maioria talvez, refletir dá melancolia, ficar quieto é como estar doente, é incômodo, é chato: "Parar para pensar? Nem pensar! Se fizer isso eu desmorono". Para que questionar a desordem e os males todos, para que sair da rotina e querer descobrir um sentido para a vida, até mesmo curtir o belo e o bom, que talvez existam? Pois, se for ilusão, a gente perdeu um precioso tempo com essa bobajada, e aí o ônibus passou, o bar fechou, a festa acabou, a mulher fugiu, o marido se matou, o filho... nem falar.
Então vamos ao nosso grande recurso: a bolsinha de medicamentos. A pílula para dormir e a outra para acordar, a pílula contra a depressão (que nos tira a libido) e a outra para compensar isso (que nos rouba a naturalidade), e aquela que ninguém sabe para que serve, mas que todo mundo toma. Fingindo não estar nem aí, parecemos modernos e espertos, e queremos o máximo: que para alguns é enganar os outros; para estes, é grana e poder, beleza e prestígio; para aqueles, é delírio e esquecimento.
Para uns poucos, é realizar alguma coisa útil, ser honrado, apreciar a natureza, sentir o calor humano e partilhar o afeto. Mas, em geral medicados, padronizados, desesperados, medíocres ou heroicos, amorosos ou perversos, nos achando o máximo ou nos sentindo um lixo, carregamos a mala da culpa e a mochila da ansiedade. Refletindo, veríamos que somos apenas humanos, e que nisso existe alguma grandeza. Mas, convencidos de que pensar dói e de que mudar é negativo, tateamos sozinhos no escuro, manada confusa subindo a escada rolante pelo lado errado.
Prefiro não comentar.